Glaucoma
O glaucoma é uma condição ocular crônica que afeta o nervo óptico, causando danos progressivos e irreversíveis. Caracterizado pela elevação da pressão ocular, também conhecida como pressão intraocular (PIO), que leva a lesões no nervo óptico e, consequentemente, a perda gradual da visão.
A pressão intraocular refere-se à força exercida pelo fluido aquoso no interior do olho. Em condições normais, o equilíbrio entre a produção e a drenagem desse fluido mantém a pressão ocular dentro de uma faixa saudável. No entanto, no glaucoma, esse equilíbrio é perturbado, resultando em um aumento da pressão intraocular.
O termo “glaucoma” abrange um grupo de doenças oculares distintas, mas todas compartilham o mesmo padrão de lesão do nervo óptico.
Glaucoma de Ângulo Fechado
O glaucoma de ângulo fechado é uma condição ocular urgente que se manifesta quando o ângulo entre a íris e a córnea se fecha abruptamente — o fechamento angular pode ocorrer de forma aguda ou crônica. Isso bloqueia a drenagem normal do humor aquoso, elevando rapidamente a pressão intraocular. Os sintomas incluem dor ocular intensa, náuseas, vômitos e visão embaçada. Este tipo de glaucoma requer intervenção imediata para aliviar a pressão e evitar danos permanentes.
Glaucoma de Ângulo Aberto
O glaucoma de ângulo aberto é a forma mais comum da doença, representando a maioria dos casos diagnosticados. Neste tipo, o ângulo entre a íris e a córnea permanece aberto, mas a drenagem do humor aquoso é ineficiente, resultando em um aumento gradual e indolor da pressão intraocular. Por ser assintomático nas fases iniciais, é muitas vezes denominado “ladrão silencioso da visão”. O tratamento geralmente envolve a redução da pressão ocular por meio de medicamentos, procedimentos a laser ou cirurgia.
Glaucoma Congênito
O glaucoma congênito é uma condição rara que se desenvolve em recém-nascidos ou crianças pequenas. É causado por uma malformação no sistema de drenagem do humor aquoso durante o desenvolvimento fetal. Os sintomas podem incluir olhos grandes, sensibilidade à luz e lacrimejamento excessivo. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são cruciais para preservar a visão, muitas vezes envolvendo cirurgia para corrigir a drenagem anormal.
Glaucoma Secundário
O glaucoma secundário é uma condição em que a elevação da pressão intraocular é causada por outras doenças oculares ou condições médicas, como inflamação ocular, traumas, diabetes ou uso prolongado de corticosteróides. O tratamento depende da causa subjacente, e o controle da pressão intraocular é essencial para prevenir danos ao nervo óptico.
O glaucoma é muitas vezes chamado de “ladrão silencioso da visão” porque, nas fases iniciais, não apresenta sintomas perceptíveis. À medida que a doença progride, os sintomas podem incluir perda de visão periférica, halos em torno das luzes, visão turva, dores de cabeça e, nos casos mais graves, perda de visão central.
Um dos principais métodos de diagnóstico do glaucoma é a medição da pressão intraocular. A pressão intraocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento da doença, embora nem todos os casos de glaucoma estejam associados a níveis elevados de pressão intraocular. Esse exame, conhecido como tonometria, é indolor e realizado durante um exame de rotina.
Além disso, exames de fundo de olho são fundamentais para avaliar o estado do nervo óptico. O oftalmologista examina o disco óptico para identificar possíveis alterações, como escavação do disco, que pode ser indicativa de danos causados pelo glaucoma.
A gonioscopia é outro exame importante, especialmente para distinguir entre os diferentes tipos de glaucoma. Este teste avalia o ângulo da câmara anterior do olho, onde ocorre a drenagem do humor aquoso.
Testes de campo visual, como a campimetria, são realizados para avaliar a extensão dos danos ao campo de visão. O glaucoma frequentemente causa perda periférica da visão, e esses testes ajudam a identificar áreas afetadas.
A tomografia de coerência óptica (OCT) é uma tecnologia que permite visualizar as camadas da retina e do nervo óptico com alta resolução. Este exame pode detectar alterações precoces no nervo óptico antes mesmo de serem observadas em outros testes.
O tratamento do glaucoma visa controlar a pressão intraocular elevada, que é um dos principais fatores de risco associados a essa condição ocular. Existem diversas abordagens terapêuticas disponíveis, sendo a escolha do tratamento individualizada de acordo com a gravidade do caso, o tipo de glaucoma e as necessidades específicas do paciente.
Medicamentos
Os colírios antiglaucomatosos ajudam a diminuir a pressão intraocular ao reduzir a produção de humor aquoso ou aumentar sua drenagem. A adesão rigorosa à prescrição médica é essencial para garantir a eficácia do tratamento.
Procedimentos a Laser
A trabeculoplastia a laser e a iridotomia a laser são procedimentos que podem ser realizados para aumentar a drenagem do humor aquoso, aliviando a pressão intraocular. Esses procedimentos são geralmente realizados no consultório do oftalmologista e, em muitos casos, podem ser opções eficazes.
Cirurgia
Em casos mais avançados ou quando outras formas de tratamento não são eficazes, a cirurgia pode ser recomendada. A trabeculectomia é um exemplo de procedimento cirúrgico que cria um novo caminho para a drenagem do humor aquoso, reduzindo a pressão intraocular.
Importante destacar que o tratamento do glaucoma é uma abordagem contínua e muitas vezes ao longo da vida. A monitorização regular da pressão intraocular e a avaliação do estado do nervo óptico são fundamentais para ajustar o tratamento conforme necessário.
O sucesso no tratamento do glaucoma está diretamente relacionado à detecção precoce da condição e à adesão contínua ao plano de cuidados estabelecido pelo profissional de saúde ocular.
O Dr. Márcio é especialista em glaucoma e está à disposição para te ajudar a encontrar o melhor tratamento para a sua condição. Através de uma consulta completa e personalizada, ele irá te orientar sobre as diversas opções disponíveis, considerando suas necessidades individuais.